Resenha de Livros

Via Láctea, de Olavo Bilac

As flores palpitam e os ninhos estremecem.

Os passarinhos cantam nos ramos e a aurora colore as copas das árvores.

Bilac incorpora elementos subjetivos em sua obra.

Olavo Bilac , o renomado poeta parnasiano (Parnasianismo) brasileiro, apesar de seguir as características do estilo (estilística), muitas vezes incorpora elementos subjetivos em sua obra. Um exemplo é o Soneto de Via Láctea, onde descreve uma floresta antiga e sombria, inexplorada pelo homem e livre de machados, onde apenas o brado do tigre ecoa. Essa paisagem é comparada a um coração solitário e fechado, sem a luz do amor.

Na segunda estrofe, o eu lírico destaca a solidão desse coração, semelhante à floresta, que nunca recebe a luz do dia. No entanto, na terceira estrofe, a narrativa muda e observa-se a transformação desse cenário. Os passarinhos cantam nos ramos e a aurora colore as copas das árvores, trazendo vida e alegria ao ambiente.

Por fim, a última estrofe revela que as flores palpitam e os ninhos estremecem, indicando que a floresta está repleta de vitalidade e movimento. Essa metamorfose sugere que o coração antes cerrado e sombrio agora se abre para o amor, permitindo que a luz dourada do amor adentre e ilumine os caminhos.

Assim, Olavo Bilac, mesmo dentro do rigor formal parnasiano (Parnasianismo), consegue mesclar elementos subjetivos em sua poesia, como neste Soneto de Via Láctea, onde a natureza serve como metáfora para os sentimentos e transformações internas de um coração outrora ermo e agora repleto de vida e amor. Encontre aqui

luizbucalon

Luiz Carlos Bucalon, nasceu em 12 de março de 1964, na cidade de Maringá-Pr. Em 1980, lançou, em edição independente, o seu primeiro livro de poemas, "Câncer Amigo". Seguiu escrevendo poemas, crônicas, contos, ensaios, teatro, humor, biobibliografias e romance. Foram trinta e quatro títulos publicados, pelo então poeta marginal -- contemporâneo a Paulo Leminnski e outros expoentes. Bucalon, além de escritor e editor, foi também declamador, palestrante e divulgador de sua própria obra, de cidade em cidade, no Brasil e na Argentina. Seu mais recente livro, "Só Dói Quando Respiro", de poemas, é de 2021, publicado digitalmente em formato e-book. Obras (muitas também em espanhol) - Poemas: Câncer Amigo, A Palavra é um Ser Vivo, A Corsária e o Vento Santo, Roda Viva, Madá Madalena, Novas Asas, Um Lapso no Tempo, Uma que não vejo, Outra que não toco, Poema a Quatro Mãos (com Nice Vasconcelos), Escrever é coisa de louco, Bailarina Madrugada, Poeta de Ruas e Bares, Poemarte, Na Barra de Santos, Era eu naquele quadro, A Rosa e o Espinho, Dia Noite e Chuva Por onde Andaluzia, Poeta Cigano, Rodoviárias São Corredores, A poesia diz rimada, Poesia Presa no Espelho, Poema se faz ao poemar Poesia líquida é música. - Romance, conto, teatro, ensaio, crônica: Em Busca do Amor, Lânguida e Felina, O Globalicídio Brasileiro, A Semente do Milagre, Mártires da Imortalidade, A vida entre outras coisas, A Praça da República, O Banco da Praça, Ali Naquele Bar. Saiba na página Home.

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