Literatura e Autores

Naturalismo

O ser humano é um animal sem características divinas.

“A Origem das Espécies” de Charles Darwin, início ao Naturalismo.

Realistas usam a ciência como base para seus personagens.

O Naturalismo foi um estilo literário que surgiu no final do século XIX, associado à publicação do livro “A Origem das Espécies” de Charles Darwin em 1859. Os escritores naturalistas se diferenciavam dos realistas (Realismo) ao usar a ciência como base para a composição de seus personagens.

O surgimento do Naturalismo está associado à publicação de “A Origem das Espécies”, obra que revolucionou o pensamento científico no século XIX. Esse estilo literário possui características como determinismo e zoomorfização.

No contexto histórico, o Naturalismo surgiu na Europa no século XIX, após a publicação do livro de Darwin, que contradizia o pensamento do criacionismo. Essa obra defendia que a humanidade era resultado de um processo de evolução, assim como as outras espécies.

O darwinismo foi uma influência importante para o Naturalismo, trazendo a ideia de que o ser humano é um animal sem características divinas e que as espécies mais adaptadas sobrevivem no processo de seleção natural. Esse pensamento deu origem ao chamado “darwinismo social”, que foi usado para justificar a exploração imperialista e a ideia da superioridade de uma raça sobre outra.

Além disso, outros pensadores como Herbert Spencer, Auguste Comte e Hippolyte Taine também influenciaram o Naturalismo. O positivismo de Comte defendia o pensamento científico e a racionalidade, enquanto Taine introduziu o conceito de “determinismo”, que influenciou a escrita dos autores naturalistas.

As principais características do Naturalismo incluem o uso da ciência como instrumento de análise social, a visão determinista das personagens, a prevalência de motivações biológicas em vez de análise psicológica, a representação das personagens como seres controlados por instintos, o destaque para o instinto sexual em oposição à razão, a protagonização das classes mais pobres em condições subumanas, a presença de sexualidade explícita e a associação de características animais aos seres humanos.

Na Europa, o principal autor naturalista foi Émile Zola, cuja obra “Germinal” retratou o drama dos operários das minas de carvão na França. Esse romance apresenta não apenas elementos políticos, mas também cientificistas, destacando como as condições de trabalho nas minas podem comprometer a humanidade das personagens, levando à zoomorfização.

Em resumo, o Naturalismo foi um estilo literário que surgiu no final do século XIX, influenciado pela obra de Darwin e por outras correntes de pensamento. Caracterizou-se pelo uso da ciência na composição dos personagens, a visão determinista e a zoomorfização como forma de representação dos seres humanos.

Eça de Queirós foi um escritor português conhecido por seu romance “O crime do padre Amaro” (1875), onde o jovem padre Amaro se apaixona por Amélia, filha da S. Joaneira. O enredo revela que a S. Joaneira é amante do cônego Dias, que havia sido o mestre de moral de Amaro. O romance culmina em uma tragédia quando Amaro e Amélia decidem ceder aos seus desejos.

No Brasil, os principais autores naturalistas foram Aluísio Azevedo, autor de “O cortiço” (1890); Adolfo Caminha, autor de “Bom-Crioulo” (1895); e Raul Pompeia, autor de “O Ateneu” (1888).

Aluísio Azevedo é conhecido por sua obra “O Mulato” (1881), que foi o primeiro romance naturalista publicado no Brasil. O livro aborda questões raciais, já que o protagonista, Raimundo, é filho de um fazendeiro com uma escrava. A obra mais famosa de Azevedo é “O cortiço”, que retrata personagens que vivem em um cortiço corrupto. O narrador descreve o ambiente como um “mundo, uma coisa viva, uma geração” que se multiplica como larvas no esterco.

No romance, Jerônimo, um português honesto e trabalhador, acaba se entregando ao vício e ao crime influenciado pela sedutora mulata Rita Baiana. Outra personagem negra, Bertoleza, é associada à inferioridade e aos instintos animais. A obra também aborda a homossexualidade como uma patologia, através do personagem Albino, e como um vício, quando a prostituta Léonie corrompe a jovem pura Pombinha.

Essas obras retratam as características do movimento literário naturalista, que buscava retratar a sociedade de forma crua e objetiva, expondo os aspectos negativos e decadentes da humanidade.

Adolfo Caminha foi o autor de “Bom-Crioulo“, o primeiro romance a abordar a homossexualidade como tema principal no Brasil. O livro retrata a história de Amaro, um negro que seduz o jovem Aleixo, ambos tendo encontros sexuais em um quartinho da casa da prostituta portuguesa Dona Carolina. A visão naturalista presente no romance considera a homossexualidade como uma doença e vício. A obra também destaca a influência do meio e da raça no comportamento dos personagens.

Raul Pompeia, outro escritor naturalista brasileiro, escreveu a obra “O Ateneu“. Nesse livro, o autor critica o ambiente corrupto de um colégio interno masculino, onde as linhas sinuosas da indignidade dominam.

O realismo europeu teve início na França com a publicação de “Madame Bovary”, de Gustave Flaubert. No Brasil, o estilo foi inaugurado com o livro “Memórias póstumas de Brás Cubas“, de Machado de Assis, que se destacou por retratar a realidade de forma objetiva e criticar a burguesia do século XIX. Diferentemente do naturalismo, o Realismo focava na análise psicológica das personagens.

Machado de Assis não aderiu ao naturalismo, mas sim ao Realismo, retratando as motivações dos personagens por meio do funcionamento da mente humana. Em sua obra “Memórias póstumas de Brás Cubas“, ele ironicamente critica o pensamento e o estilo de vida burguês, sem utilizar teorias científicas para a composição das personagens. Encontre aqui

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Luiz Carlos Bucalon, nasceu em 12 de março de 1964, na cidade de Maringá-Pr. Em 1980, lançou, em edição independente, o seu primeiro livro de poemas, "Câncer Amigo". Seguiu escrevendo poemas, crônicas, contos, ensaios, teatro, humor, biobibliografias e romance. Foram trinta e quatro títulos publicados, pelo então poeta marginal -- contemporâneo a Paulo Leminnski e outros expoentes. Bucalon, além de escritor e editor, foi também declamador, palestrante e divulgador de sua própria obra, de cidade em cidade, no Brasil e na Argentina. Seu mais recente livro, "Só Dói Quando Respiro", de poemas, é de 2021, publicado digitalmente em formato e-book. Obras (muitas também em espanhol) - Poemas: Câncer Amigo, A Palavra é um Ser Vivo, A Corsária e o Vento Santo, Roda Viva, Madá Madalena, Novas Asas, Um Lapso no Tempo, Uma que não vejo, Outra que não toco, Poema a Quatro Mãos (com Nice Vasconcelos), Escrever é coisa de louco, Bailarina Madrugada, Poeta de Ruas e Bares, Poemarte, Na Barra de Santos, Era eu naquele quadro, A Rosa e o Espinho, Dia Noite e Chuva Por onde Andaluzia, Poeta Cigano, Rodoviárias São Corredores, A poesia diz rimada, Poesia Presa no Espelho, Poema se faz ao poemar Poesia líquida é música. - Romance, conto, teatro, ensaio, crônica: Em Busca do Amor, Lânguida e Felina, O Globalicídio Brasileiro, A Semente do Milagre, Mártires da Imortalidade, A vida entre outras coisas, A Praça da República, O Banco da Praça, Ali Naquele Bar. Saiba na página Home.

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