O Navio Negreiro, de Castro Alves
A injustiça e a crueldade no tráfico de escravos.
A bandeira do Brasil, como pátria, manchada na infâmia.
O Navio Negreiro é um poema de Castro Alves que faz parte da obra Os Escravos. Escrito em 1870 em São Paulo, o poema retrata a triste situação dos africanos vítimas do tráfico de escravos em viagens de navio da África para o Brasil. Dividido em seis partes com metrificação (métrica) variada, o poema retrata a beleza do mar e do céu contrastada com a brutalidade e a falta de liberdade nos porões do navio negreiro.
O poeta Apesar de sua crítica social, Castro Alves mantém seu patriotismo, clamando por uma intervenção divina para acabar com a infâmia. O poema ressalta a incompatibilidade entre a beleza do oceano e a escuridão do navio negreiro, criticando a crueldade do sistema escravagista.
Castro Alves fazia parte da terceira geração romântica (Romantismo), conhecida como geração Condor, e era conhecido como o “Poeta dos Escravos”. Inspirado por Victor Hugo, ele se envolveu com questões sociais, especialmente a abolição da escravatura. Seu engajamento político e literário contribuíram para o movimento abolicionista, que buscava acabar com a escravatura e o tráfico de escravos. O abolicionismo era influenciado pelo Iluminismo e pelas mudanças econômicas da industrialização.
O Navio Negreiro é uma poderosa crítica ao sistema escravagista e um apelo à humanidade e à liberdade. Com imagens poéticas e metáforas (estilística) impactantes, o poema de Castro Alves ressoa até os dias de hoje como um testemunho da injustiça e da crueldade do tráfico de escravos. Encontre aqui
luizbucalon