Resenha de Livros

Tabacaria, de Fernando Pessoa

Na voz do heterônimo Álvaro de Campos.

A intensidade do período histórico vivido pelo autor.

Tabacaria, de Álvaro de Campos por Luiz Bucalon

Tabacaria é um poema moderno, escrito por Fernando Pessoa voz de seu heterônimo Álvaro de Campos. O poema reflete a intensidade do período histórico vivido pelo autor, marcado por rápidas transformações sociais e urbanas. Com versos livres e descritivos, o poema apresenta um sujeito que se sente perdido e desiludido, refletindo uma sensação de fracasso e desânimo diante da vida. Leia Mensagem, de Fernando Pessoa.

Negando a existência de si mesmo.

O sujeito do poema nega a existência de si mesmo e de qualquer propósito, revelando um profundo sentimento de descrença e vazio. Ele se percebe como um fracassado, desiludido com suas tentativas e sem ambição para seguir em frente. O poema revela a busca desesperada por uma verdade que dê sentido à vida, mas o sujeito se vê incapaz de encontrá-la.

Tabacaria apresenta elementos tanto individuais quanto coletivos, refletindo as inquietações existenciais comuns a todos os seres humanos. O sujeito se identifica com a figura da criança inocente que encontra felicidade na simplicidade de comer chocolates, contrastando com a sua própria complexidade e frustração.

O poema aborda também a questão da identidade e da máscara social que o sujeito precisa usar para se adequar à sociedade. Ele reconhece a dificuldade de se livrar dessa máscara e se vê envelhecido ao confrontar sua verdadeira identidade. O poema destaca a sensação de desamparo e paralisia diante das múltiplas possibilidades da vida moderna.

Tabacaria reflete o contexto histórico do Modernismo em Portugal, marcado por transformações sociais e culturais rápidas. Álvaro de Campos, como representante desse período, expressa em seus versos a fragmentação e efemeridade do tempo, bem como a sensação de estar perdido em meio a uma realidade em constante mudança.

No geral, o poema Tabacaria é uma reflexão profunda e complexa sobre a existência humana, marcada pelo desencanto, pela busca por sentido e pela dificuldade de se encontrar em um mundo em constante transformação. É um reflexo das inquietações e angústias do ser humano diante da complexidade da vida moderna. Encontre aqui

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Luiz Carlos Bucalon, nasceu em 12 de março de 1964, na cidade de Maringá-Pr. Em 1980, lançou, em edição independente, o seu primeiro livro de poemas, "Câncer Amigo". Seguiu escrevendo poemas, crônicas, contos, ensaios, teatro, humor, biobibliografias e romance. Foram trinta e quatro títulos publicados, pelo então poeta marginal -- contemporâneo a Paulo Leminnski e outros expoentes. Bucalon, além de escritor e editor, foi também declamador, palestrante e divulgador de sua própria obra, de cidade em cidade, no Brasil e na Argentina. Seu mais recente livro, "Só Dói Quando Respiro", de poemas, é de 2021, publicado digitalmente em formato e-book. Obras (muitas também em espanhol) - Poemas: Câncer Amigo, A Palavra é um Ser Vivo, A Corsária e o Vento Santo, Roda Viva, Madá Madalena, Novas Asas, Um Lapso no Tempo, Uma que não vejo, Outra que não toco, Poema a Quatro Mãos (com Nice Vasconcelos), Escrever é coisa de louco, Bailarina Madrugada, Poeta de Ruas e Bares, Poemarte, Na Barra de Santos, Era eu naquele quadro, A Rosa e o Espinho, Dia Noite e Chuva Por onde Andaluzia, Poeta Cigano, Rodoviárias São Corredores, A poesia diz rimada, Poesia Presa no Espelho, Poema se faz ao poemar Poesia líquida é música. - Romance, conto, teatro, ensaio, crônica: Em Busca do Amor, Lânguida e Felina, O Globalicídio Brasileiro, A Semente do Milagre, Mártires da Imortalidade, A vida entre outras coisas, A Praça da República, O Banco da Praça, Ali Naquele Bar. Saiba na página Home.

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