A Nossa Poética

O que sei das pedras, de Gediel Pinheiro de Sousa

Que era uma era
De pedra
De poesia concreta
Era surreição na mata
A pedra era abrigo
O tempo era surdo
Cegueira era a treva
Na fenda da pedra
Em noite profunda

Que era arma afiada
Pedra em punho
Era espada
Que era pedra
Premonição
Briga entre pedras
Revolução
Faísca bendita
Fogo redenção
No fim da pedra Lascada

Que era pedra encardida
Em mãos calejadas
O corpo era plástico
O molde era a pedra
A arte era um grito
Na pedra rústica
Talhada em camadas
De rocha incrustada
A arte era um rito
Selvagem
Na tela rupestre
A pedra era o culto
Na Idade da Pedra

Que era pedra divina
De poesia endeusada
De sincretismo angular
Pedra era templo e luz
Pedra de Salomão
Pedra de Davi
Pedra túmulo ao pé da cruz
Cinturão, túnica e véu
Doze pedras, doze tribos
A um só grito consagrado
Pedra manto era Israel
Pedra, prenúncio do fim
De um mundo inenarrável
Pedras apocalípticas

Que era pedra sensível
De poesia humanizada
Sentinela dos portais
Morada dos sete chakras
Pedra amuleto e energia
Fortuna e quinhão de paz
Fala cristal, ônix e ágata
Quartzo verde e o rosa
Pedra que canta o amor
Citrino te leva ao próspero
Ametista espírito em flor

Gediel Pinheiro de Sousa
@gediel.poetaoficial

Nasci em Maringá-Pr., no dia 12 de março de 1964. Em 1980 publiquei o primeiro livro, Câncer Amigo e em 2021 o trigésimo quinto publicado digitalmente em formato e-book.

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