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Antônio, de J.L.Borges do Brasil

 Antônio era um bom sujeito, não tinha boca para nada, vivia sempre de bem com a vida, tanto perante a família, como perante aos amigos e colegas de trabalho de seu modesto emprego. 
 Não era chegado a vicio algum, não  bebia,  não fumava, só gostava de ouvir em seu radinho de pilha, ou  assistir na sua tv de tubo era futebol.
 Sempre da casa para o trabalho e do trabalho para casa, era esta a sua rotina, somente quebrada todas as sextas feiras com a sua ida na terreira do pai de santo  Antônio, lá participava das celebrações e  incorporava, um tal de guia espiritual chamado Agonde, diziam que era um antigo guerreiro do Congo, que morreu num navio negreiro vindo para o Brasil, Agonde tinha por vício uma beberagem alcoólica africana e uma mistura de ervas que ele tragava e ficava muito louco.
 Antônio foi vivendo sua vidinha pacata,  até que, derepente começou a sentir falta de ar e uma dor intensa no estômago, consulta especialistas e o resultado do exame, câncer de pulmão  devido ao uso exagerado de tabaco ; o outro resultado? câncer no esofago devido ao consumo intenso de álcool. 
 Antônio fica arrasado com o resultado dos exames, mas procura fazer todos os tratamentos recomendados pelos médicos,  porém tudo em vão  em seis meses o pobre coitado vai a óbito. 
 No velório todos sem acreditar a causa do óbito de Antônio.
 -”Como morreu devido ao cigarro e a bebida ?” perguntaram seus amigos e colegas de trabalho a viúva , “se ele não bebia uma gota de álcool e não fumava”.
 E a viuva entre lágrimas e suspiros.
 -Ele não fumava e não bebia mas o espirito da terrera que ele incorporava bebia e fumava como um louco.

J.L.Borges do Brasil
Guaiba Rs…11/2024

Luiz Carlos Bucalon, nasceu em 12 de março de 1964, na cidade de Maringá-Pr. Em 1980, lançou, em edição independente, o seu primeiro livro de poemas, "Câncer Amigo". Seguiu escrevendo poemas, crônicas, contos, ensaios, teatro, humor, biobibliografias e romance. Foram trinta e quatro títulos publicados, pelo então poeta marginal -- contemporâneo a Paulo Leminnski e outros expoentes. Bucalon, além de escritor e editor, foi também declamador, palestrante e divulgador de sua própria obra, de cidade em cidade, no Brasil e na Argentina. Seu mais recente livro, "Só Dói Quando Respiro", de poemas, é de 2021, publicado digitalmente em formato e-book. Obras (muitas também em espanhol) - Poemas: Câncer Amigo, A Palavra é um Ser Vivo, A Corsária e o Vento Santo, Roda Viva, Madá Madalena, Novas Asas, Um Lapso no Tempo, Uma que não vejo, Outra que não toco, Poema a Quatro Mãos (com Nice Vasconcelos), Escrever é coisa de louco, Bailarina Madrugada, Poeta de Ruas e Bares, Poemarte, Na Barra de Santos, Era eu naquele quadro, A Rosa e o Espinho, Dia Noite e Chuva Por onde Andaluzia, Poeta Cigano, Rodoviárias São Corredores, A poesia diz rimada, Poesia Presa no Espelho, Poema se faz ao poemar Poesia líquida é música. - Romance, conto, teatro, ensaio, crônica: Em Busca do Amor, Lânguida e Felina, O Globalicídio Brasileiro, A Semente do Milagre, Mártires da Imortalidade, A vida entre outras coisas, A Praça da República, O Banco da Praça, Ali Naquele Bar. Saiba na página Home.

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