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Amar o que não se pode amar, de Luís Fernando Ferreira Silva

No amor, fui um brinquedo em tuas mãos tão cruéis,
a ferro e fogo compreendi todas as minhas fraquezas,
sofrer não foi o pior castigo que me deste,
muito menos morrer cheio de esperanças despedaçadas,
pois nada foi mais desumano,
que me fazer amar,
o que não se pode amar.
No amor, não se machuca um coração com desilusões,
não se engana, não se mente, não se faz promessas frias,
não se fere a alma com palavras que não se sustentam,
com sorrisos forçados de canto da boca,
nem beijos secos,
de lábios ásperos cheios de veneno.
No amor, não jogamos com fichas perdidas,
nem apostamos alto apenas para sermos subtraídos.
O amor é muito mais que um simples sentimento,
que um desejo efêmero,
que um apego incomum entre duas pessoas.
O amor tem que ser entrega,
um bem querer absolutamente imponderável,
olhar e desejar, desejar e querer, querer e conseguir.
Por isso, antes que o brinquedo quebre em tuas mãos cruéis,
eu te digo não com todas as minhas fraquezas,
e sofrer não será o meu pior castigo,
pois já me faz morrer,
amar, o que não se pode amar.

Luís Fernando Ferreira Silva

Luiz Carlos Bucalon, nasceu em 12 de março de 1964, na cidade de Maringá-Pr. Em 1980, lançou, em edição independente, o seu primeiro livro de poemas, "Câncer Amigo". Seguiu escrevendo poemas, crônicas, contos, ensaios, teatro, humor, biobibliografias e romance. Foram trinta e quatro títulos publicados, pelo então poeta marginal -- contemporâneo a Paulo Leminnski e outros expoentes. Bucalon, além de escritor e editor, foi também declamador, palestrante e divulgador de sua própria obra, de cidade em cidade, no Brasil e na Argentina. Seu mais recente livro, "Só Dói Quando Respiro", de poemas, é de 2021, publicado digitalmente em formato e-book. Obras (muitas também em espanhol) - Poemas: Câncer Amigo, A Palavra é um Ser Vivo, A Corsária e o Vento Santo, Roda Viva, Madá Madalena, Novas Asas, Um Lapso no Tempo, Uma que não vejo, Outra que não toco, Poema a Quatro Mãos (com Nice Vasconcelos), Escrever é coisa de louco, Bailarina Madrugada, Poeta de Ruas e Bares, Poemarte, Na Barra de Santos, Era eu naquele quadro, A Rosa e o Espinho, Dia Noite e Chuva Por onde Andaluzia, Poeta Cigano, Rodoviárias São Corredores, A poesia diz rimada, Poesia Presa no Espelho, Poema se faz ao poemar Poesia líquida é música. - Romance, conto, teatro, ensaio, crônica: Em Busca do Amor, Lânguida e Felina, O Globalicídio Brasileiro, A Semente do Milagre, Mártires da Imortalidade, A vida entre outras coisas, A Praça da República, O Banco da Praça, Ali Naquele Bar. Saiba na página Home.

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