Amar o que não se pode amar, de Luís Fernando Ferreira Silva
No amor, fui um brinquedo em tuas mãos tão cruéis,
a ferro e fogo compreendi todas as minhas fraquezas,
sofrer não foi o pior castigo que me deste,
muito menos morrer cheio de esperanças despedaçadas,
pois nada foi mais desumano,
que me fazer amar,
o que não se pode amar.
No amor, não se machuca um coração com desilusões,
não se engana, não se mente, não se faz promessas frias,
não se fere a alma com palavras que não se sustentam,
com sorrisos forçados de canto da boca,
nem beijos secos,
de lábios ásperos cheios de veneno.
No amor, não jogamos com fichas perdidas,
nem apostamos alto apenas para sermos subtraídos.
O amor é muito mais que um simples sentimento,
que um desejo efêmero,
que um apego incomum entre duas pessoas.
O amor tem que ser entrega,
um bem querer absolutamente imponderável,
olhar e desejar, desejar e querer, querer e conseguir.
Por isso, antes que o brinquedo quebre em tuas mãos cruéis,
eu te digo não com todas as minhas fraquezas,
e sofrer não será o meu pior castigo,
pois já me faz morrer,
amar, o que não se pode amar.
Luís Fernando Ferreira Silva